Quatro pessoas foram internadas em estado grave em Minas Gerais após consumir, por engano, uma planta parente do tabaco acreditando que estavam ingerindo uma couve. O caso ocorreu na zona rural de Patrocínio na quarta-feira (8) e veio a público no dia seguinte.

Segundo veículos locais, o vegetal apelidado de “falsa couve” na verdade pertenceria à espécie Nicotiana glauca, e não deve ser ingerido em hipótese nenhuma. Confundindo-o com uma hortaliça apropriada para consumo humano, a família preparou um refogado do vegetal, o que causou as reações graves. Uma das vítimas chegou a entrar em parada cardiorrespiratória.

O que é a couve falsa e quais os perigos de ingeri-la

Essa planta na verdade é mais conhecida como charuteira ou tabaco-arbóreo, e sequer tem um parentesco próximo com a couve. Ela pertence à família das solenáceas, que inclui outros vegetais usados na alimentação, como a batata e o tomate. Já as couves são enquadradas como brassicáceas.

Mas, embora algumas solenáceas sejam seguras para a ingestão humana, a Nicotiana glauca na verdade é muito mais familiar de uma planta que não serve para comer: ela vem do mesmo gênero da Nicotiana tabacum, planta responsável pela maior parte do tabaco utilizado comercialmente no mundo para a produção de fumo.

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A relação com a matéria-prima do cigarro e outros produtos nocivos à saúde já dão uma pista do erro em consumir a tal “couve falsa”, repleta de substâncias tóxicas que podem levar a reações potencialmente fatais em pouco tempo.

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Um dos principais riscos da Nicotiana glauca é a anabasina, composto que gera efeitos semelhantes a uma intoxicação por nicotina e pode levar a uma interrupção dos impulsos nervosos pelo corpo, podendo inviabilizar a respiração e os batimentos cardíacos. O tratamento precisa ser imediato e em ambiente hospitalar.

Cuidado com hortaliças desconhecidas

Visualmente, a “couve falsa” não se parece tanto com uma couve comum usada na alimentação, mas pode ser difícil diferenciá-las sem ter uma maneira rápida de fazer a comparação.

O episódio em Minas Gerais reforça o alerta para não sair consumindo plantas que você obteve na natureza sem certeza absoluta do que elas são. Isso vale tanto para o uso como comida quanto na forma de chás: diversos compostos tóxicos podem levar a complicações graves em pouco tempo.

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couve
A couve verdadeira tem folhas mais grossas (Kritzolina/Wikimedia Commons)

Caso você não tenha uma horta devidamente cultivada, sabendo quais itens foram plantados ali, evite consumir qualquer folha, vegetal ou fruta encontrado na natureza. Muitas espécies podem ter características físicas semelhantes ao que você está acostumado a comer, mas na verdade escondem compostos nocivos ao organismo humano.

Acione um serviço de emergência imediatamente em caso de qualquer reação indesejada após consumir uma planta desconhecida. Lembre-se sempre: sem a devida comprovação de que se trata de algo seguro, nem tudo o que é “natural” é necessariamente bom para a sua saúde.

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