Tosse com muco, mal-estar, febre, dificuldade para respirar. Esses são sinais clássicos de infecção pulmonar, condição que é causada por diversos vírus e bactérias e precisa ser avaliada por médicos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), infecções respiratórias que atingem as vias inferiores são a quinta causa de morte mais comum do mundo. É o tipo de doença transmissível mais fatal, que somou 2,5 milhões de mortes em 2021 — sem contar os casos de covid-19.

“Felizmente, hoje temos vacinas que nos ajudam a evitar casos graves e óbitos”, ressalta Rosemeri Maurici, coordenadora da comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

O pulmão pode ser acometido principalmente por pneumonias, coqueluche, tuberculose e tantas outras doenças infecciosas, como a gripe e a covid-19.

A seguir, saiba como identificar os sintomas e entenda como podem ser tratadas e prevenidas as infecções pulmonares.

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O que é uma infecção pulmonar?

É um termo genérico dado ao grupo de doenças causadas por infecções bacterianas e virais que acometem o pulmão. Quadros provocados por fungos também ocorrem, mas são menos comuns.

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Os casos precisam ser investigados pelos médicos para descobrir qual é o patógeno causador e, então, definir o melhor tratamento.

Sintomas

Apesar das diferentes causas possíveis para a infecção pulmonar, os sinais são bem semelhantes:

  • Tosse;
  • Expectoração;
  • Coriza;
  • Dor de garganta;
  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Dor no peito.

“Infecções pulmonares costumam acometer também as vias aéreas superiores e são acompanhadas por sintomas sistêmicos, como febre, prostração e astenia [fraqueza]“, explica Maurici.

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Diagnóstico

O diagnóstico de infecção pulmonar exige análise clínica, exames de imagem e laboratoriais. “É preciso estar atento à anamnese, ou seja, à conversa com o paciente para entender o histórico do quadro e realizar o exame físico, que compreende a ausculta pulmonar”, detalha a pneumologista.

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A avaliação deve seguir com exames complementares, como radiografia ou tomografia computadorizada do tórax, além da identificação do patógeno, que pode ser feita por exames de sangue ou análise do muco produzido.

Causas

As infecções pulmonares são, majoritariamente, virais ou bacterianas. Os vírus mais comuns que atingem alvéolos, brônquios e pulmões são os rinovírus, adenovírus, influenza (da gripe), vírus sincicial respiratório (VSR, da bronquiolite) e coronavírus Sars-CoV-2 (da covid-19).

Já entre as bactérias que mais prejudicam as vias aéreas inferiores estão as principais causadoras de pneumonia: os pneumococos (Streptococcus pneumoniae); os estafilococos (Staphylococcus aureus) e o Haemophilus influenzae. Há também a Bordetella pertussis, que provoca coqueluche e a Mycobacterium tuberculosis, da tuberculose.

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Fatores de risco

Qualquer um desses e outros patógenos podem apresentar sério risco à vida dos pacientes, por isso, não se pode subestimar uma infecção como essa.

Todos os vírus e as bactérias têm potencial de causar doença grave, não existe um que seja mais perigoso do que o outro”, afirma Maurici. A severidade do quadro irá depender do estado de saúde do indivíduo — se o sistema imunológico dele consegue responder à infecção, se a vacinação está em dia, se ele tem comorbidades.”

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Os fatores de risco mais comuns, que podem agravar os casos ou predispor a infecções recorrentes, são imunossupressão, tabagismo e comorbidades respiratórias, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bronquiectasia.

Crianças pequenas, que não tem o sistema imunológico completamente estabelecido, e idosos também estão em maior risco.

“Os mais velhos têm uma maior suscetibilidade e maior risco de recorrência de infecções. Quanto maior a faixa etária, maior a imunossenescência, isto é, o envelhecimento do sistema imunológico”, explica Maurici.

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Tratamento

O tratamento exige o uso de antimicrobianos, que evitam a proliferação de microrganismos como bactérias (antibióticos) e fungos (antifúngicos); ou antivirais, cujas opções se voltam principalmente para infecções por influenza e Sars-CoV-2.

Em caso de bronquiolite em recém nascidos, pode ser necessário fazer uso de anticorpo monoclonal.

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“Também podem fazer parte do receituário anti-inflamatórios, analgésicos, antipiréticos”, lista a representante da SBPT. “Manter repouso, boa alimentação e resguardo durante o período de transmissão, evitando contato com outras pessoas, é essencial à recuperação”, orienta.

Prevenção

A principal forma de evitar infecções pulmonares é estar com a carteira de vacinação em dia. “Quando o indivíduo está vacinado, ele tem uma resposta imunológica mais célere e mais duradoura para combater o agente infeccioso, diminuindo o risco de sofrer complicações pela doença”, explica Maurici.

As principais vacinas contra infecções respiratórias são:

  • BCG, que protege contra a tuberculose e deve ser administrada nas primeiras 12 horas após o nascimento ou até os 5 anos incompletos;
  • DTP ou tríplice bacteriana, que funciona contra coqueluche, difteria e tétano e precisa ser dada em três doses entre 1 e 7 anos de idade;
  • Pentavalente, que protege contra coqueluche e doenças causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b (como pneumonias e meningite), além de difteria, tétano e hepatite B. Deve ser dada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade;
  • Vacinas contra Covid-19, cujo esquema vacina varia por idade e presença de comorbidades;
  • Vacinas contra gripe, que deve ser tomada anualmente a partir dos 6 meses de idade;
  • Vacinas contra VSR, que deve ser dada às mães a partir da 28ª semana de gravidez e para idosos a partir de 60 anos.

A pneumologista lembra que se imunizar contra doenças virais, como Covid-19 e gripe, ajuda também a evitar as bacterianas. “Com frequência, infecções por bactérias sucedem infecções por vírus, que abrem caminho para que elas contaminem o sistema respiratório”, pontua.

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Além disso, é importante evitar o contato com pessoas infectadas e sintomáticas. O uso de máscara e os hábitos de lavar bem as mãos e higienizar superfícies também faz diferença. Mediante sintomas suspeitos, procure um médico.

 

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