Como é que o corpo humano consegue identificar e bloquear elementos microscópicos que representam uma ameaça à sua integridade sem errar a mira e agredir as próprias células? Há um fino equilíbrio no sistema imune, que, uma vez rompido, pode desatar uma série de doenças.

Pois hoje compreendemos melhor essa trama e as partes envolvidas graças ao trabalho do japonês Shimon Sakaguchi e dos americanos Mary Brunkow e Fred Ramsdell. Eles foram agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina de 2025 por suas descobertas sobre a tolerância imunológica.

Em outras palavras, ajudaram a elucidar como o corpo se ajusta para atacar apenas o que for perigoso, como micróbios. Sakaguchi foi quem descreveu pela primeira vez as células T autorreguladoras, e a dupla dos Estados Unidos revelou um dos genes centrais nesse processo.

Seus estudos abrem caminho inclusive a novas terapias contra as doenças autoimunes e o câncer.

Passado: toxicidade da carambola na doença renal é apontada em 1990

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(Ilustração: Daniel Griza/Veja Saúde)

Depois de atender um paciente submetido a diálise cujo estado piorou após a ingestão do fruto e ver casos semelhantes entre outras pessoas com insuficiência renal, o médico Luis Cuadrado Martin, da Unesp de Botucatu, se debruçou sobre o assunto e faria, três anos depois, a primeira descrição científica do papel tóxico da carambola entre doentes renais.

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Futuro: abelhas e sapos detêm antídoto contra bactérias resistentes

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(Ilustração: Daniel Griza/Veja Saúde)

Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, vislumbram na combinação de proteínas encontradas em abelhas e sapos uma nova fórmula para combater micro-organismos resistentes a antibióticos — um problema de saúde pública e ambiental hoje. Os testes laboratoriais são promissores.

Um lugar: Canadá, EUA e México concentram surtos de sarampo nas Américas

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(Ilustração: Daniel Griza/Veja Saúde)

A coisa está feia para a porção ao norte do continente. Os países que apresentaram o maior número de casos dessa infecção altamente transmissível mas prevenível com vacina neste ano foram o Canadá (4 548 episódios), o México (3 911) e os EUA (1 356). Não é coincidência que a maior resistência ao imunizante ocorra por lá. No Brasil, foram 17 registros no período avaliado.

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+Leia também: Américas não são mais uma região livre de sarampo. Qual a situação no Brasil?

Um dado: 6,3 bilhões de reais injetados na economia com a pesquisa clínica

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(Ilustração: Daniel Griza/Veja Saúde)

Uma análise da Interfarma, em parceria com a consultoria IQVIA, projeta um aporte dessa magnitude para o país caso seja regulamentada a nova lei que define as normas para estudos clínicos por aqui. Segundo o levantamento, a mudança geraria mais de 50 mil empregos e ainda ofereceria atendimento médico e tratamento a 286 mil pacientes.

Uma frase: Marty Makary

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(Ilustração: Daniel Griza/Veja Saúde)

“Aceitar dogmas como ‘Opioides não viciam’ porque alguns especialistas o afirmam se revelou catastrófico. No caso dos opioides, o complexo médico-industrial passou por cima de pesquisas sobre dependência, causando uma epidemia que custou a vida de milhões (…) Um paralelo pode ser traçado ao modo como demonizaram a gordura natural na alimentação, levando as pessoas aos carboidratos processados conforme as taxas de obesidade disparavam (…) Isso levanta a pergunta: será que muitas crises de saúde da atualidade não seriam causadas pela arrogância do establishment médico?”

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Marty Makary, cirurgião e pesquisador americano, no livro Pontos Cegos (Objetiva)

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