Na região do pescoço, o corpo humano abriga uma peça essencial para o bom funcionamento de órgãos como cérebro, coração, fígado e rins. Com formato semelhante ao de uma borboleta, a tireoide produz hormônios que afetam o organismo do início ao final da vida, mexendo também com o metabolismo.

Por vezes, só nos damos conta da sua presença quando há algum problema. A glândula pode ser acometida por doenças associadas ao excesso (hipertireoidismo) e à falta (hipotireoidismo) dos hormônios triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Também é comum que ocorra o aumento de tamanho, um quadro chamado bócio. Além disso, pode haver ainda o desenvolvimento de câncer.

Recebemos a dúvida do leitor Cláudio Martins, que gostaria de saber quais são os primeiros sinais do aumento da tireoide.

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Em muitos casos, quando surge o bócio, o volume da glândula cresce de modo que ela se torna visível e pode ser tocada. Entre as diversas causas, estão o hipo e o hipertireoidismo, gravidez e falta de iodo na dieta.

Vale destacar dois distúrbios autoimunes que levam à oscilação dos níveis de hormônios da glândula, levando ao inchaço. A tireoidite de Hashimoto, que ocorre quando o corpo produz anticorpos que atacam células da tireoide, promove o hipotireoidismo. E a doença de Graves, um dos principais fatores relacionados ao hipotireoidismo.

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As alterações levam a sintomas incômodos, como explica o médico endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Esse aumento leva a sintomas que podem incomodar. As pessoas podem ter dificuldade para engolir e até engasgar, sentir desconforto na região do pescoço, alterações na voz, além de dor e inflamação. Em casos mais pronunciados, pode ocorrer falta de ar e sensação de sufocamento“, pontua Rosenbaum.

A confirmação do diagnóstico é feita a partir da avaliação clínica. Em consultório, o médico é capaz de identificar o problema a partir do exame físico. A ultrassonografia com doppler é um recurso útil para mensurar o tamanho da glândula, as características da sua estrutura e a presença de outras anormalidades.

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“Existe uma forma mais rara, o bócio mergulhante, em que a tireoide penetra de forma profunda na região do pescoço, no sentido do tórax, e pode comprimir vias aéreas. Nesses casos, recorremos à tomografia para esclarecimento”, detalha Rosenbaum. “Na presença de nódulos maiores, pode ser necessário fazer uma punção por agulha fina, para identificar possíveis suspeitas de câncer”, acrescenta.

O tratamento adequado varia de acordo com as causas de base do problema.

“Se o paciente apresenta hipotireoidismo, e a glândula não produz hormônio, é necessário fazer uma reposição, por exemplo. No caso da doença de Graves, mais complicada devido a problemas mais sérios de saúde, o tratamento envolve drogas antitireoidianas e betabloqueadores – pode ser necessário adotar a radioiodoterapia e até cirurgia”, resume o endocrinologista.

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