A MSD apresentou, ao longo do final de semana, os resultados de uma nova fase de testes de um comprimido que promete reforçar ainda mais o arsenal no tratamento do colesterol.

Trata-se do enlicitida decanoato, um inibidor oral de PCSK9 usado em dose única diária, que demonstrou potencial extremamente promissor na redução do colesterol “ruim”, o LDL.

Segundo os resultados, divulgados simultaneamente no congresso da American Heart Association (AHA) e no Journal of the American Medican Association (JAMA), pacientes submetidos ao tratamento apresentaram uma redução de quase 60% do colesterol LDL após 24 semanas, quando comparados a um grupo que usou o placebo. Após um ano, os números seguiram parecidos.

O estudo de fase 3 foi realizado em adultos com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.

Entenda mais sobre o medicamento.

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Como funciona o enlicitida decanoato

O novo medicamento representaria um avanço nos chamados inibidores de PCSK9, uma droga que oferece uma alternativa extra para pacientes que não conseguiram controlar o colesterol elevado somente com o uso das estatinas, consideradas a primeira opção de tratamento.

O PCSK9 é uma proteína que pode prejudicar a ação do fígado em remover o LDL no sangue. Como o nome sugere, essa classe de fármacos busca inibir a ação deletéria do PCSK9, o que permite uma redução significativa nos níveis do colesterol em casos resistentes ao tratamento padrão.

Atualmente, os medicamentos que agem dessa forma são injetáveis e com ação prolongada, como é o caso do inclisirana. O enlicitida decanoato seria o primeiro remédio oral dessa classe, o que poderia ser uma alternativa conveniente para facilitar a adesão ao tratamento.

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Nos estudos divulgados neste final de semana, o medicamento mostrou potencial de conter o colesterol LDL a longo prazo: após 24 semanas, houve uma redução de 59,4% no colesterol “ruim” quando comparado ao grupo placebo; após 52 semanas (um ano), a redução se mantinha em níveis significativamente altos, na casa dos 61,5%.

Além dos resultados promissores em relação ao LDL, a droga também teve números interessantes diante de outros marcadores significativos no controle do colesterol.

Ao final da semana 24, sempre comparados ao grupo que usou o placebo, participantes submetidos ao tratamento tiveram uma queda de 49,1% nos níveis de apolipoproteína B, de 27,5% nos níveis de lipoproteína(a), também chamada de “colesterol amaldiçoado”, e de 53% no colesterol não-HDL de modo geral.

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Caminho até o mercado

O estudo recém-apresentado demonstrou a eficácia e tolerância do tratamento somente para adultos com hipercolesterolemia familiar heterozigótica. Avaliações mais amplas (já em andamento) são necessárias para compreender se o novo inibidor de PCSK9 de uso oral pode ser uma alternativa em outras situações.

A farmacêutica conduz outro ensaio que busca compreender os impactos do medicamento em uma população mais ampla com risco cardiovascular intermediário a alto. Uma terceira pesquisa, com mais de 14 mil participantes, busca determinar se os resultados observados até aqui realmente conferem uma proteção contra doenças cardiovasculares, e em que nível.

A farmacêutica planeja ter os resultados nos próximos meses e lançar o medicamento no mercado norte-americano a partir de 2027. Ainda não há previsão, caso esse cronograma seja cumprido, de quando o remédio chegaria ao Brasil.

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