O cantor Milton Nascimento recebeu diagnóstico de demência de corpos de Lewy (DCL), uma doença neurodegenerativa relacionada ao acúmulo de um determinado tipo de proteína nos neurônios. Aos 82 anos, o artista também já convivia com um diagnóstico de Parkinson.

Entenda melhor o que é a doença, como ela se manifesta e o que pode ser feito para lidar com ela.

O que é a demência de corpos de Lewy?

A DCL ocorre quando os chamados corpos de Lewy começam a se acumular excessivamente nas células do sistema nervoso. Esses “corpos” são proteínas que afetam a comunicação dos neurônios, levando a problemas físicos e cognitivos, alterando também o comportamento de uma pessoa.

Há uma íntima relação com o Parkinson e, tecnicamente, médicos costumam diferenciar uma da outra pela ordem em que os sintomas aparecem: no Parkinson, surgem primeiro as manifestações físicas; na DCL, o que ocorre antes são problemas cognitivos e de memória, a exemplo de outras demências, como o Alzheimer.

Porém, com o tempo os sintomas tipicamente associados à DCL e ao Parkinson tendem a ocorrer de forma concomitante e pode não ficar muito evidente qual surgiu antes, levando ao diagnóstico paralelo dos dois problemas, como ocorreu com Milton Nascimento.

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+Leia também: Demência não é tudo igual: saiba quais tipos existem e como diagnosticar

Quais os sintomas e o diagnóstico?

A DCL é caracterizada por alterações cognitivas e no comportamento. Sinais típicos incluem problemas de memória, confusão mental, dificuldades de concentração, alucinações e esquecimento ou troca de palavras na fala cotidiana.

A pessoa também pode passar a ter alterações de humor que não ocorriam antes, com episódios de agressividade, apatia, ansiedade ou depressão, por exemplo.

Como se percebe pela íntima relação com o Parkinson, a demência de corpos de Lewy também acaba gerando sintomas físicos, com os mais notórios incluindo tremores, problemas de equilíbrio, dificuldades de controlar as expressões faciais e alterações na fala e deglutição.

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O diagnóstico leva em conta os sintomas e exames de imagem do cérebro, como uma ressonância magnética ou um PET scan, encontrando marcadores específicos associados ao quadro. Não existe um teste único para diagnosticar a DCL: é preciso considerar as várias evidências observadas na avaliação do paciente para confirmá-la e descartar outras demências.

Como é o tratamento?

Infelizmente, não há uma cura para a demência de corpos de Lewy. A doença também não tem uma forma garantida de prevenção.

Medicamentos específicos para a condição podem atrasar a progressão dos sintomas, que também podem ser aliviados com o emprego paralelo de fisioterapia e terapia ocupacional, por exemplo.

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No entanto, atualmente ainda não há uma maneira de interromper de forma definitiva a progressão do quadro. Gradativamente, a doença sempre acaba levando a problemas cada vez mais incapacitantes pelo resto da vida da pessoa acometida pela DCL.

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