O mundo poderá registrar nos próximos quatro anos um aumento de 400% nas mortes associadas a complicações da aids, o estágio grave da infecção pelo HIV que pode surgir diante da ausência de tratamento. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) no contexto da possibilidade de cortes no financiamento dos Estados Unidos destinado à assistência estrangeira.

Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o congelamento de milhões de dólares direcionados para ajuda externa de diversos programas por 90 dias, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da Aids (PEPFAR, em inglês).

Pouco tempo depois, o Departamento de Estado do país emitiu uma isenção ao PEPFAR. Na prática, a decisão permite que 20 milhões de pessoas vivendo com HIV, cuja medicação é financiada pelos EUA, podem continuar a receber o tratamento.

+ Leia também: O que é sorofobia? Discriminação impacta pessoas que vivem com HIV

A pausa, no entanto, gerou desorganização no andamento dos trabalhos de prevenção ao HIV. A ONU relata impactos aos serviços de transporte e profissionais de saúde comunitários. Apesar da sinalização do Departamento de Estado, o clima é de instabilidade no que diz respeito à continuidade do apoio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação sobre as implicações de uma pausa na ajuda humanitária, que pode colocar pessoas vivendo com HIV em risco imediato aumentado de doença e morte, além de prejudicar os esforços para prevenir a transmissão em comunidades e países.

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“Tais medidas, se prolongadas, podem levar a aumentos em novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e potencialmente levando o mundo de volta às décadas de 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV todos os anos globalmente, incluindo muitos nos Estados Unidos”, afirmou a OMS em comunicado.

Segundo a ONU, o plano dos EUA financia 70% da resposta global ao HIV, tendo salvo mais de 26 milhões de vidas desde sua criação em 2003, com base no investimento em prevenção, tratamento, assistência e suporte em 55 países.

+ Leia também: Saiba quais são as vacinas recomendadas para pessoas que vivem com HIV

A interrupção do fomento entre 2025 e 2029 seria catastrófica, de acordo com a vice-diretora executiva do programa da ONU sobre HIV/aids (Unaids), Christine Stegling.

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“São 6,3 milhões de pessoas, 6,3 milhões de mortes relacionadas à aids que ocorrerão no futuro”, enfatizou Stegling em entrevista à imprensa realizada na sexta-feira, 7, em Genebra.

A pausa na assistência pode levar ao fechamento de centros de saúde e à rescisão dos contratos dos profissionais de extensão, com destaque para unidades de saúde comunitárias.

Milhares de indivíduos perderiam acesso ao atendimento e a serviços essenciais, como distribuição de preservativos, testes de HIV, tratamento antirretroviral, profilaxia pré-exposição (PrEP), exames para tuberculose e suporte para lidar com a violência de gênero.

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O mundo poderá registrar nos próximos quatro anos um aumento de 400% nas mortes associadas a complicações da aids, o estágio grave da infecção pelo HIV que pode surgir diante da ausência de tratamento. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) no contexto da possibilidade de cortes no financiamento dos Estados Unidos destinado à assistência estrangeira.

Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o congelamento de milhões de dólares direcionados para ajuda externa de diversos programas por 90 dias, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da Aids (PEPFAR, em inglês).

Pouco tempo depois, o Departamento de Estado do país emitiu uma isenção ao PEPFAR. Na prática, a decisão permite que 20 milhões de pessoas vivendo com HIV, cuja medicação é financiada pelos EUA, podem continuar a receber o tratamento.

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A pausa, no entanto, gerou desorganização no andamento dos trabalhos de prevenção ao HIV. A ONU relata impactos aos serviços de transporte e profissionais de saúde comunitários. Apesar da sinalização do Departamento de Estado, o clima é de instabilidade no que diz respeito à continuidade do apoio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação sobre as implicações de uma pausa na ajuda humanitária, que pode colocar pessoas vivendo com HIV em risco imediato aumentado de doença e morte, além de prejudicar os esforços para prevenir a transmissão em comunidades e países.

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“Tais medidas, se prolongadas, podem levar a aumentos em novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e potencialmente levando o mundo de volta às décadas de 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV todos os anos globalmente, incluindo muitos nos Estados Unidos”, afirmou a OMS em comunicado.

Segundo a ONU, o plano dos EUA financia 70% da resposta global ao HIV, tendo salvo mais de 26 milhões de vidas desde sua criação em 2003, com base no investimento em prevenção, tratamento, assistência e suporte em 55 países.

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A interrupção do fomento entre 2025 e 2029 seria catastrófica, de acordo com a vice-diretora executiva do programa da ONU sobre HIV/aids (Unaids), Christine Stegling.

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“São 6,3 milhões de pessoas, 6,3 milhões de mortes relacionadas à aids que ocorrerão no futuro”, enfatizou Stegling em entrevista à imprensa realizada na sexta-feira, 7, em Genebra.

A pausa na assistência pode levar ao fechamento de centros de saúde e à rescisão dos contratos dos profissionais de extensão, com destaque para unidades de saúde comunitárias.

Milhares de indivíduos perderiam acesso ao atendimento e a serviços essenciais, como distribuição de preservativos, testes de HIV, tratamento antirretroviral, profilaxia pré-exposição (PrEP), exames para tuberculose e suporte para lidar com a violência de gênero.

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