
O Ministério da Saúde atualizou, na quarta-feira (29), o número de casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol ao redor do país. Com uma queda no ritmo de notificações após o início da crise, novos episódios seguem sendo investigados.
Até o momento, o Brasil contabiliza 59 casos confirmados de ingestão por metanol, com 15 deles tendo evoluído para óbito.
Veja mais sobre o perfil das notificações já confirmadas.
Casos seguem concentrados em São Paulo
São Paulo, onde a crise se iniciou, continua concentrando a grande maioria das notificações e mortes confirmadas. Outros quatro estados tiveram ao menos um caso verificado no período, mas não há informação oficial sobre uma possível relação com os episódios originais ou se são intoxicações desconectadas que acabaram sendo registradas na mesma época.
Com a atenção que os episódios receberam, o Ministério da Saúde adquiriu 2,5 mil doses de antídoto para a intoxicação e deixou à disposição de hospitais ao redor do país.
Até o dia 29 de outubro, esses são os estados com confirmação de intoxicação desde o início das notificações:
- São Paulo: 46 casos (9 óbitos);
- Paraná: 6 casos (3 óbitos);
- Pernambuco: 5 casos (3 óbitos);
- Mato Grosso: 1 caso;
- Rio Grande do Sul: 1 caso.
O país ainda tem 44 casos com investigação em aberto, incluindo nove mortes.
Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia e Roraima chegaram a notificar casos suspeitos, mas todos eles já foram descartados, e não há novos registros em investigação.
Já Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins ainda não tiveram casos confirmados, mas seguem com possíveis intoxicações sob análise.
Mais de 90% das suspeitas não se confirmaram
O temor pela intoxicação com metanol também fez com que muitos episódios sem relação com a substância fossem notificados como suspeitos. Após a realização de testes, porém, cerca de 92% deles acabaram descartados pelas autoridades.
Até o momento, o país já teve 662 notificações descartadas, incluindo 35 óbitos suspeitos cuja conexão com o metanol não se confirmou.
Segundo as investigações, o metanol parece ter entrado no mercado de bebidas paulista após criminosos adquirirem etanol em postos de combustível para produzir versões falsificadas de marcas famosas de destilados. No entanto, o próprio etanol comprado originalmente estava adulterado com metanol, pegando os falsificadores de surpresa.
Outros casos pelo país podem ter uma origem diferente. O metanol, um tipo de álcool altamente tóxico ao organismo e capaz de levar à cegueira e morte em poucas horas, também pode surgir como subproduto natural da destilação, chegando à bebida alcoólica que é consumida quando a produção é feita de forma incorreta, como pode ocorrer em processos artesanais ou clandestinos.
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