A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, 67, foi internada nesta quarta-feira (3), em Brasília, após sofrer uma fratura leve na coluna enquanto movimentava vasos de plantas no jardim de sua casa.

De acordo com nota oficial do ministério, a ambientalista buscou atendimento ao sentir uma dor súbita na região lombar. Após a entrada no hospital, exames de tomografia confirmaram uma fratura na vértebra L4.

Marina ainda estava de férias nesta semana e, por orientação médica, terá de se afastar de compromissos presenciais nos próximos dias. Ela recebeu medicação para controle da dor e, segundo o governo, passa bem.

Na nota divulgada quarta-feira, o ministério informou ainda que a alta estava prevista para ocorrer no mesmo dia.

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Fraturas em vértebras são mais comuns do que se pensa

A coluna vertebral é dividida em quatro regiões – cervical, torácica, lombar e sacral –, cada uma formada por pequenos ossos chamados vértebras.

O grupo da região lombar, porção inferior das costas, é composto por cinco delas, sendo a penúltima a L4, fraturada por Marina. Essa região é responsável por sustentar grande parte do peso da porção superior do corpo e por permitir movimentos importantes.

Fraturas na lombar costumam surgir após traumas de alta energia, como acidentes de carro ou quedas de altura. Mas em pessoas com fragilidade óssea, especialmente aquelas com osteoporose, até impactos mínimos, como um espirro ou uma tosse forte, podem romper uma vértebra.

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De acordo com a Fundação Internacional da Osteoporose (IOF), essa condição – que deixa os esqueletos frágeis e porosos – é responsável por ossos quebrados em 20% dos homens com mais de 50 anos de idade no mundo. Quando se trata das mulheres, a coisa piora: uma a cada três nessa faixa etária sofre alguma ruptura.

Dados da mesma organização apontam que, a cada 22 segundos, algum osso da coluna é quebrado no planeta. Apesar de ser o tipo mais comum, até 70% dessas fraturas ósseas não ganham atenção dos médicos.

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Segundo o reumatologista Cyrus Cooper, presidente da IOF, os pacientes que sentem as costas doloridas de forma súbita geralmente recebem apenas uma receita médica para analgésicos. Em resumo, segundo mostrado em reportagem de VEJA SAÚDE, eles não são examinados adequadamente e, assim, ficam sem saber o que realmente desencadeou o desconforto.

“Sem tratamento preventivo, uma fratura na coluna vertebral pode marcar o início de uma série de outras, o que resulta em incapacidade e dor a longo prazo”, relatou o especialista, em comunicado à imprensa.

No caso da ministra, o diagnóstico foi feito corretamente. Mas quando a dor nas costas merece atenção? A seguir, veja os principais sinais de alerta, segundo indicado pelo reumatologista Marcelo de Medeiros Pinheiro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para VEJA SAÚDE.

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Sinais de alerta

1. Dor súbita e severa nas costas

O incômodo é agudo e pode ser incapacitante com o aumento da cifose – popularmente conhecida como corcunda. “No entanto, é possível que ela ocorra sem qualquer sintoma em 60% dos pacientes”, afirma o reumatologista.

Por isso, a melhor forma de identificá-la é por meio de uma radiografia simples. Só não pense que todo desconforto merece exames de imagem – deixe isso a critério do doutor, combinado?

2. Perda de mais de três centímetros de altura

“Partindo da premissa de que cada vértebra tem, em média, de 3 a 4 centímetros de altura, uma perda desse tamanho na estatura dá indícios de ser uma fratura”, explica Pinheiro.

Curiosamente, alguns indivíduos se queixam apenas da redução da altura e não de alguma dor.

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3. Costas curvadas

Quando as vértebras quebram para frente, aumentam a cifose, deixando as costas curvadas. Portanto, ter corcunda não é uma característica normal do envelhecimento.

Não deixe de ir ao médico

De acordo com a IOF, uma em cada cinco mulheres que sofrem uma fratura na coluna terá outra em até 12 meses. Isso mostra como essas lesões tendem a se repetir, especialmente quando a causa de fundo não é identificada e tratada.

As fraturas da coluna podem ocorrer por compressão, explosão, flexão-distração ou fratura-luxação. Entre elas, as de compressão são as mais frequentes, sobretudo em pessoas idosas. Elas surgem quando a vértebra colapsa, às vezes após movimentos simples, como se inclinar ou levantar algo leve.

Como muitas vezes não há um episódio marcante que explique a dor lombar, é comum que o problema seja subestimado, o que atrasa o diagnóstico e permite a evolução da lesão.

O tratamento geralmente é conservador, com controle da dor, fisioterapia, estímulo ao movimento precoce e, em alguns casos, uso de colete. No entanto, a fratura de compressão ser causada por uma condição médica secundária. Por isso, buscar atendimento médico é muito importante para evitar novas fraturas e garantir o cuidado adequado.

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