A noradrenalina é um hormônio que atua sobre o sistema nervoso e tem muitas funções. Chamado também de norepinefrina, ele participa processos ligados a regulação do humor, do ciclo do sono e até mesmo da pressão arterial.

Hoje, a molécula é usada também em emergências hospitalares para tratar rapidamente choques sépticos, grave perda de sangue e parada cardíaca. A seguir, entenda como esse neurotransmissor é produzido e como ele atua no nosso organismo.

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O que é a noradrenalina?

Ao longo do século 20, o fisiologista sueco Ulf Svante von Euler se destacou por conseguir isolar vários neurotransmissores em seu laboratório no Instituto Karolinska trabalho que, em 1970, lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina.

Um deles era a noradrenalina.

“A noradrenalina é um hormônio neurotransmissor que desempenha um papel crucial na resposta do corpo ao estresse“, define Fernando Gomes, neurocirurgião e professor livre docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Ela também participa da comunicação entre células nervosas e de várias funções fisiológicas e comportamentais”.

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Esse neurotransmissor tem uma estrutura química muito parecida com a de outro hormônio relacionado ao estresse: a adrenalina. No entanto, elas atuam sobre diferentes receptores espalhados pelo sistema nervoso e cardiovascular.

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Enquanto a noradrenalina está mais associada às atividades do sistema nervoso simpático (responsável por funções autônomas, como a frequência cardíaca, a respiração e a pressão arterial), a adrenalina é produzida em situações de estresse, colocando-nos em um estado de alerta.

“Adicionalmente, a adrenalina tem um efeito global e duradouro, enquanto a noradrenalina tem ação maia local e específico”, completa Gomes.

Como é produzida?

A noradrenalina é sintetizada a partir de outro hormônio: a dopamina, apelidada de hormônio da felicidade. Esse processo de transformação ocorre nas glândulas adrenais, que ficam localizadas acima do rins.

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A noradrenalina produzida pelo nosso corpo influencia a transmissão sináptica, isto é, o processo de transmissão de sinais nervosos de um neurônio para outro.

“Ela se liga a receptores que aumentam a frequência cardíaca, dilatam as vias aéreas e preparam o corpo para reações rápidas em situações de estresse”, resume Gomes.

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Quais são as suas funções?

São muitos os encargos da noradrenalina. “Ela atua na regulação da atenção, da vigilância e do ciclo sono-vigília; ajuda a modular o humor e as emoções; influencia nossas respostas ao estresse e controla a pressão arterial através da vasoconstrição”, lista o médico.

Segundo o especialista, o neurotransmissor é fundamental para nossa capacidade de concentração durante o dia e pode afetar o nosso bem-estar. “Níveis elevados de noradrenalina estão associados a estados de alerta e vigilância, enquanto níveis baixos estão relacionados a condições como depressão.”

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Aplicações em emergências

Por ter uma rápida atuação sobre o sistema nervoso e circulatório, a noradrenalina pode ser utilizada em alguns casos de emergência médica, como de choque séptico, choque hipovolêmico, insuficiência e parada cardíaca.

O choque séptico é o agravamento de uma infecção que se se espalhada para diversas partes do corpo, provocando sintomas como febre, fraqueza e pressão arterial baixa. O quadro pode levar o paciente à morte. Nesses casos, a noradrenalina pode ser utilizada para aumentar a pressão arterial e a perfusão orgânica (ou seja, fazer com que o sangue chegue a todas as partes do nosso corpo).

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Da mesma forma, a norepinefrina pode salvar vidas de pessoas com choque hipovolêmico, que acontece quando alguém perde muito sangue e precisa restabelecer a pressão arterial.

O hormônio ainda faz parte de alguns protocolos de ressuscitação e pode ser utilizado para tentar reverter paradas cardíacas. O noradrenalina também pode ser útil para aumentar a atividade do coração em situações críticas de insuficiência cardíaca.

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“Ela pode ser administrada para aumentar a pressão arterial, melhorando a perfusão coronariana [irrigação do coração] e garantindo que os tecidos recebam oxigênio e nutrientes adequados”, conclui Gomes.

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