No recém-lançado livro O que os psiquiatras não te contam (Fósforo)*, a psiquiatra, neurocientista e psicoterapeuta Juliana Belo Diniz, traz debates importantes sobre o manejo atual dos transtornos psiquiátricos.
Logo de cara, faz uma provocação: a psiquiatria não se restringe a tratar doenças do cérebro ou prescrever medicamentos. “Ao longo do tempo, a especialidade virou o lugar dos remédios, mas a psiquiatria é anterior às medicações, e o que acontece nos consultórios deve ir bem além disso”, comenta Juliana.
A médica e pesquisadora é a convidada do episódio desta semana do podcast Olhar da Saúde.
Ela explica que doenças como a depressão não podem ser consideradas apenas questões do cérebro (daí a afirmação anterior), por terem um diagnóstico amplo e subjetivo, influenciado por muitas coisas além da biologia. “A maioria das pessoas que hoje consideramos que têm depressão não apresentam alterações fisiológicas significativas”, aponta Juliana.
O problema maior, em geral, costuma ser o contexto de vida, explica a especialista, que faz parte do serviço de psicoterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
No programa, ela discute os riscos da hipermedicalização dos transtornos psiquiátricos, a patologização de fenômenos sociais e comportamentais, as desigualdades no acesso ao tratamento e o aumento exponencial dos diagnósticos de depressão e ansiedade.
Clique aqui para assistir ao episódio. Ou, se preferir, escute diretamente no Spotify:
O podcast é apresentado por Diogo Sponchiato, redator-chefe de VEJA SAÚDE, e Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e fundador do portal Olhar da Saúde.
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