Você já parou para pensar que a saúde dos animais e a nossa estão profundamente conectadas? As zoonoses — doenças que podem ser transmitidas entre humanos e animais — são um lembrete poderoso dessa interdependência. E mesmo que nomes como raiva, leptospirose ou febre maculosa pareçam distantes do nosso dia a dia, elas continuam afetando comunidades inteiras no Brasil.
Foi com esse senso de urgência e propósito que, no ano passado, demos um passo importante: protocolamos, junto ao deputado federal Zacharias Calil, o projeto de lei n. 905/2024, que propõe a criação do Dia Nacional das Zoonoses. A ideia é simples, mas potente: transformar o dia 6 de julho em um marco de conscientização, educação e ação.
Mais do que uma data no calendário, queremos criar um movimento. Um chamado para que governos, empresas e sociedade civil se unam em torno de um objetivo comum: prevenir, informar e cuidar. Imagine mutirões de vacinação em todo o país, incentivos à pesquisa, campanhas educativas que cheguem até os lugares mais remotos. Tudo isso é possível — e necessário.
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No setor privado, temos um papel essencial. Como líderes em saúde animal, podemos (e devemos) usar a tecnologia, a inovação e a comunicação para ampliar o acesso à informação e às soluções. Seja com vacinas mais eficazes, inteligência artificial para prever surtos ou plataformas digitais que conectem pessoas ao conhecimento.
Mas nada disso funciona sem engajamento. Precisamos falar com quem está na ponta: tutores de pets, produtores rurais, comunidades urbanas e ribeirinhas. Precisamos traduzir a ciência em linguagem simples, acessível, que toque e mobilize.
A criação do Dia Nacional das Zoonoses não é um ponto final. É o começo de uma jornada. Uma jornada que só será transformadora se for coletiva. Vamos juntos construir um Brasil mais consciente, mais preparado e mais saudável — para todos os seres vivos.
*Joana Adissi é head de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim
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