Um novo estudo da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, chamou atenção no começo de fevereiro por alertar sobre os riscos à saúde representados por aromatizadores ambientais que utilizam calor para liberar odor – um grupo de produtos que inclui velas perfumadas, mas não se limita a elas.

Por sinal, vale desfazer logo de cara uma confusão: a nova pesquisa não trouxe descobertas inéditas sobre as velas propriamente ditas, cujo potencial de prejudicar a respiração já era bem conhecido pelos cientistas. Na verdade, o estudo demonstrou que pastilhas de cera (conhecidas em inglês como scented wax melts) podem ser tão danosas quanto as velas tradicionais, mesmo sem fazer uso de uma chama aberta – a ausência do fogo é seu grande diferencial comercial.

Ao contrário das velas aromáticas, que usam o próprio pavio incandescente para derreter a cera, as pastilhas são posicionadas sobre uma superfície quente para ir se desmanchando aos poucos, enquanto solta o cheiro agradável. Na teoria, a não existência do fogo – e dos gases que ele libera – tornaria esse produto menos agressivo para as vias respiratórias. Algo que, agora, os pesquisadores questionam.

Como velas perfumadas podem prejudicar a saúde?

Segundo os pesquisadores, o principal risco representado pelas velas e outros produtos semelhantes reside no acúmulo de nanopartículas no ar interno de uma residência.

Funciona assim: os produtos aromáticos soltam no ar compostos conhecidos como terpenos, que são responsáveis pela fragrância. Uma vez liberados, eles rapidamente se combinam a partículas de ozônio já presentes no ar que respiramos.

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Dessa reação química, surgem novos poluentes dentro de casa na forma de nanopartículas – que são facilmente absorvidas através da respiração e penetram profundamente em nossos pulmões em questão de minutos, podendo se espalhar para o resto do corpo.

O impacto exato na saúde ainda é investigado pelos pesquisadores, mas a hipótese é que esse acúmulo de poluentes inesperados dentro de casa aumente a incidência de doenças respiratórias de modo geral.

+Leia também: Cuidado ao acender velas em ambientes fechados

O que o novo estudo descobriu?

A pesquisa publicada no começo de fevereiro demonstrou que as pastilhas de cera não seriam tão seguras quanto propagandeado, produzindo – no mínimo – a mesma quantidade de poluentes de uma vela aromática normal.

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Segundo os cientistas, há potencial até para uma poluição interna ainda maior. Isso porque as pastilhas acabam tendo uma concentração maior de terpenos para compensar a dificuldade de derreter na ausência de uma chama direta.

O trabalho reforça a importância de investir em sistemas de ventilação e purificação de ar interna, além de evitar aromatizadores – independentemente do uso de fogo – que liberam terpenos na atmosfera residencial, já que outras atividades essenciais, como cozinhar no fogão, também são responsáveis por parte da poluição emitida dentro de casa.

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