A semaglutida (princípio ativo do Ozempic e do Wegovy) é popular no Brasil por conta dos seus efeitos na redução do peso corporal. É motivo de conversas na roda de amigos, nos jantares, virou meme em redes sociais e até mesmo fantasia de carnaval.

O que muitos não sabem é que, além do controle do diabetes tipo 2, ela é capaz de reduzir o risco de diversas doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no Brasil e no mundo.

No último Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, que aconteceu recentemente em Chicago, foram mostrados dados do estudo SOUL, que avaliou o efeito cardiovascular da versão oral diária de semaglutida, comercializada sob o nome Rybelsus, em mais de 9,6 mil pessoas com diabetes tipo 2 e que tinham alto risco cardiovascular.

Eram pessoas que tinha tido história de infarto do coração, derrame cerebral ou até mesmo doença renal crônica.

Num acompanhamento de cerca de 4 anos, aqueles que usaram semaglutida oral tiveram uma redução de 14% na ocorrência de um novo caso de infarto, derrame ou morte de causa cardiovascular.

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Este estudo mostrou que os benefícios foram além do esperado pelo controle da glicose e do peso corporal. A principal hipótese é a de que seja uma ação direta do medicamento no sistema cardiovascular, talvez ligado à sua ação anti-inflamatória.

Outro dado animador neste estudo é o de que a semaglutida reduziu em 29% a internação por obstrução aguda ou crônica das artérias dos membros inferiores, uma complicação infelizmente frequente nas pessoas com diabetes tipo 2.

Apesar da fama na redução do peso, este não é o único estudo mostrando benefícios cardiovasculares da semaglutida.

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Os resultados do estudo SOUL se somam aos de outros estudos com a versão injetável da semaglutida, na população com diabetes tipo 2, em em pessoas sem diabetes porém com obesidade e sobrepeso, pessoas com insuficiência cardíaca, pessoas com entupimento das artérias das pernas, aqueles com insuficiência renal e com fibrose no fígado.

Com isso, o medicamento se consolida como uma das bases para prevenção de doenças cardiovasculares, ampliando seu papel na medicina além do controle do peso e do diabetes.  Este arsenal estará cada vez mais presente nos consultórios dos cardiologistas.

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